Histerectomia Sergio Conti Ribeiro

O que é Histerectomia?

A histerectomia é o procedimento cirúrgico de retirada do útero.

Existem três técnicas para essa cirurgia.

Na histerectomia vaginal, a primeira a ser descrita, o cirurgião retira o útero pela vagina, sem cortes no abdome. Isso reduz bastante o trauma cirúrgico. No entanto, essa técnica tem desvantagens. A principal é a dificuldade de visualizar os outros órgãos internos.

Além disso, há uma limitação de espaço para acessar o útero e as estruturas ao redor. Por isso, essa via cirúrgica é mais usada em pacientes com úteros pequenos, muitas vezes associados ao prolapso uterino (descida do útero pela vagina). Porém, vale ressaltar que, mesmo sem prolapso, a histerectomia vaginal pode ser realizada. Foi o que demonstramos em nossa tese de doutorado.

No início do século 20, com o avanço das anestesias e antibióticos, as cirurgias abdominais ganharam força. Assim, a histerectomia abdominal se tornou uma opção frequente.

Dependendo do tamanho do útero, pode-se optar por uma incisão vertical, indicada para úteros volumosos ou casos de câncer. Já a incisão transversa, semelhante à da cesárea, é a mais usada atualmente. Apesar da boa visualização do abdome, essa técnica causa mais trauma cirúrgico, maior risco de infecção e dor no pós-operatório. Como consequência, a recuperação é mais lenta.

O avanço da histerectomia laparoscópica

No final dos anos 80, um cirurgião americano chamado Harry Reich, realizou a primeira histerectomia por via laparoscópica.

No final dos anos 80, o cirurgião americano Harry Reich realizou a primeira histerectomia laparoscópica. Ele fez apenas três cortes milimétricos para operar uma paciente que, até então, precisaria de cirurgia aberta.

Essa técnica trouxe grandes vantagens: menos dor, menos sangramento, melhor visualização do abdome e recuperação mais rápida. Assim, a histerectomia laparoscópica conquistou médicos e pacientes ao redor do mundo.

Esse método combina os benefícios da via abdominal (boa visualização e acesso a todos os órgãos) com o baixo trauma cirúrgico da via vaginal. No entanto, exigia treinamento e habilidades específicas.

Nos anos 90, investimos tempo para dominar essa técnica. Passamos um ano acompanhando o próprio Dr. Reich na Columbia University, em Nova Iorque. Além disso, aprendemos com renomados cirurgiões nos Estados Unidos, França e Itália.

Desde então, dedicamos parte da nossa rotina semanal ao ensino de técnicas minimamente invasivas no Hospital das Clínicas da USP. Dessa forma, mais mulheres terão acesso a cirurgias seguras e eficazes quando precisarem retirar o útero.

Qual a melhor forma para a realização?

Quando médico e paciente estão de acordo com a cirurgia, é necessário escolher qual a melhor maneira de realizar o procedimento.

Nos últimos 25 anos, temos estudado e realizados as histerectomias sempre através das técnicas minimamente invasivas, quer seja pela via vaginal ou pela via laparoscópica (REFERENCIA publicação teses). Tivemos a oportunidade de estudar o trauma cirúrgico gerado por cada tipo de cirurgia e, concluímos que a via laparoscópica e a vaginal são as melhores para a paciente, já que temos um processo inflamatório menor quando não abrimos a barriga paciente.

A maior limitação da via vaginal está no fato de não conseguirmos visualizar a cavidade abdominal durante a cirurgia, sendo impossível tratar doenças como endometriose e aderências pélvicas de forma cirúrgica por essa via.

Qual técnica é indicada para meu caso?

Histerectomia Sergio Conti Ribeiro

A histerectomia laparoscópica é ao mesmo tempo um procedimento minimamente invasivo e permite o tratamento de várias doenças abdominais, além daquelas restritas ao útero. Aliás, até a grande maioria de canceres uterinos podem ser tratadas cirurgicamente pela via laparoscópica, com resultados excelentes!

Para realizar a cirurgia, fazemos apenas um pequeno corte de 11mm dentro do umbigo da paciente e outros dois micros cortes de 5mm mais ou menos a na altura da marca do biquíni da paciente.
Como dissemos antes, o trauma cirúrgico para a paciente é mínimo, na grande maioria das vezes, a paciente vai para casa 12 a 24 h após a cirurgia! Além disso, o retorno às atividades habituais acontece 7 a 10 dias após a cirurgia.

Histerectomia – Preservar ou remover o colo do útero?

Uma questão que sempre surge nas consultas antes da cirurgia é em relação à preservação ou remoção do colo do útero. Apesar dessa questão ainda estar em aberto, a maioria dos estudos não conseguiu comprovar vantagens ou desvantagens em retirar ou preservar o colo útero. Dessa forma, isso precisa ser resolvido caso-a-caso, e a decisão será conjunta do médico e da paciente.

A única ressalva é que, caso se resolva realizar a histerectomia sub-total ou parcial, isto é, com a preservação do colo, deve-se tomar alguns cuidados para evitar que “micro-fragmentos” do útero não fiquem dentro do abdome da paciente.
Na nossa experiência de mais de 25 anos com a histerectomia laparoscópica, habitualmente optamos pela cirúrgica completa, retirando o colo uterino e evitando a fragmentação desprotegida do útero.
Em todos esses anos, não observamos quaisquer problemas urinários ou sexuais após as histerectomias laparoscópica, respeitado o período de abstinência sexual após a cirurgia, que varia de 30 a 60 dias.

Histerectomia “single port”

Recentemente estudamos também um tipo de cirurgia laparoscópica onde realizamos apenas um corte de 2 a 3 cm no umbigo, através do qual introduzimos todo material necessário para a cirurgia.

Essa técnica, conhecida como histerectomia “single port” não mostrou vantagens em relação à laparoscopia com 3 punções, além de necessitar de mais tempo para ser realizada adequadamente.

Cirurgia Robótica

Outra alternativa que pode ser utilizada durante a histerectomia laparoscópica é a associação com a cirurgia robótica. Nesse tipo de cirurgia, o cirurgião senta-se em um console e comanda os braços mecânicos de um robô, nos quais as pinças são acopladas.

Tivemos a oportunidade de realizar algumas histerectomias com esse robô, e observamos alguma vantagem apenas para as pacientes muito obesas e para alguns tipos de câncer ginecológico.

Da mesma forma que a histerectomias laparoscópicas, a cirurgia robótica permite a alta hospital em 24 h e retorno precoce às atividades habituais.

Histerectomia Sergio Conti Ribeiro

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